Rancho Solitário
Luiz Fernando e João Pinheiro
Vivo num lugar distante
Onde o rio passa encostado
Quando chega a tardinha
Que o tempo fica ofuscado, ai
Eu olho pro horizonte
Vejo o Sol avermelhado
Um jaó cantando triste
Me deixa mais magoado
A tristeza me judia
Logo no romper da aurora
Pobre do meu coração
Sofre por quem foi embora, ai
Quando a saudade aperta
Sei que ela também chora
Passo os dias esperando
Que ela volte a qualquer hora
Quando chega o verão
Que o ar fica tremendo
A sabiá barranqueira
Todo ano eu fico vendo, ai
Bem na trava do meu rancho
O seu ninho vai tecendo
Só eu que vivo sozinho
E por amor vou padecendo
O que o tempo faz comigo
É o que mais me entristece
A cada ano que passa
Esse pobre se envelhece, ai
Bem da soleira da porta
Eu vejo quando anoitece
Ainda tenho esperança
Que um dia ela aparece
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